World Gone Wrong*:
Ontem, inaugura��o de restaurante japon�s. O dono � um dos meus melhores amigos de liceu da� a raz�o para estar no local certo � hora errada.
Pelas 10h 45, na Rua Miguel Bombarda, restaurante cheio de socia-lights na fila para o sushi. Ningu�m paga nada, est�o l� as revistas e as televis�es. Ah! Varia��es... O corpo � que paga....
Beautiful people. Mesmo a comer de gra�a t�m dificuldades em respeitar regras de etiqueta e boa educa��o, como aguardar pela vez na fila....
Duas horas antes deu-me vontade de chorar ao ver pessoas desesperadas a assistir � queima das suas casas. Subterranean Homesick blues & aliens. Jokers no lado esquerdo: Ignorantes, incompetentes e Ign�beis premiados. E eu preso aqui no meio contigo....
Como diria o grande poeta Renato Russo, nos enormes Legi�o Urbana: "Que Pa�s � Este?"
Chego a casa e ponho a tocar...."London is drowning and I live by the river..."
* ou como aprendi a dar-me com Marylin Manson, Dylan, Clash, Legi�o Urbana, Radiohead, Gerry Raferty, Ant�nio Varia��es e a amar a Bomba.
"Ich heisse super fantastische.":
E se um desconhecido questionar quais os seus discos para este ver�o? N�o � natural e n�o fica bem ir de f�rias e ter que aturar o djamb� e a m�sica �tnica dos outros sem poder ouvir ou dan�ar "aquela" can��o....
Assim, proponho:
For Rockers:
1. Franz Ferdinand - S/T
2. PJ Harvey - Rid Of Me
3. Morrissey - You�re the Quarry
For Travellers
4. Creedence Clearwater Revival - Green River
5. Dr. John - Gris Gris
6. Frankie Goes to Hollywood - Welcome to The Pleasure Dome
For Dreamers
7. Belle & Sebastian - The Boy With an Arab Strap;
8. Nick Drake - Way To Blue
9. Big Star - # 1
For Punk Poets
10. Patti Smith - Trampin�
11. Television - Marquee Moon
12. Elvis Costello - Armed Forces
For Dancers
13. Lee Scratch Perry - Arkology
14. James Brown - Best Of
15. Scissor Sisters - S/T
For Lovers
16. Roxy Music - Siren
17. Isaac Hayes - Black Moses
18. Rodrigo Le�o - Cinema
For Beachers
19. Lovin Spoonfull - The Humin Sounds
20. Mamas and The Papas -
21. Beach Boys - Wildflower
For Getting Real Drunk w/ Style
22. Dean Martin - Late AT Night With.... ( martinis )
23. Nouvelle Vague - Nouvele Vague ( vinho verde )
24. Pixies - Bossanova ( whisky, vodka, cerveja, o que houver)
Saudade:
Acordar hoje de manh� foi como acordar em qualquer outro dia, um supl�cio. Fazer a barba ( j� me criticam q.b. o tamanho do cabelo ), tomar banho, escolher uma roupa e sair. No sleep t�ill Hammersmith e nada de pequeno almo�o quando estou atrasado para um div�rcio numa conservat�ria.
Em dez minutos, est�o separados. Entristece-me, mas apenas porque eu sou o �ltimo dos rom�nticos internacionais anteriormente conhecidos por "playboys". Ah, devia s� fazer crime. Crime e Rock, sempre achei que estavam terrivelmente ligados. Como Eros e Tanathos, para todos os amantes de psicologia e mitos gregos out here.
Passei na remodelada Brit�nica. O Ricardo est� de f�rias, nada de encomendas novas. Compro um livro sobre Elvis e outro sobre os Clash. Nostalgia. Novo demais para um, na idade para as ondas de choque provocadas pelos outros. E tenho vontade de comprar o Sandinista, o que sempre me obriguei a n�o fazer. Porque � grande, porque tem muito lixo, porque n�o dava jeito...
Parei no caf� na pra�a, bebi uma �gua, continuei a ler o "O Enigma de Catilina" de Steven Saylor e senti-me pregui�oso � beira da torre a sentir o sol.
Desci os cl�rigos em direc��o �s Lotarias Atl�ntico onde compro os meus jornais e revistas h� mais de dez anos. Converso com o Z� T�, que � cameraman em free lance. Compro a Mojo e a Uncut, o P�blico e o Jogo.
Tenho que passar no escrit�rio antes de almo�ar no Bolh�o. Sinto saudades quando passo no que foi a Bimotor. Recordo boatos e rumores de como pessoas capazes e bastante conhecedoras, com anos e anos de experi�ncia, hoje em dia est�o a sujeitar-se a trabalhar no armaz�m de uma grande superf�cie porque as grandes corpora��es mudam de humores. Como diria Milton, "Better to rule in Hell, than to serve in Heaven".....
Viro a cara quando passo na Tubitek. Penso no Sr. Vitor e lembro-me o quanto lhe devo. Gratid�o. Mais do que saudades, entristece-me ver o sonho de um Homem desfeito. Nestes dias, em que tudo passa mais depressa do que os quinze minutos, sempre que passo na Tubitek recordo-me de A Day In Life. Como que repetida ad eaternum....
Woody Guthrie e a Anthology of American Folk Music de Harry Smith por um lado, Elvis, Little Richard e Bo Didley, pelo outro. Influ�ncias imediatas em todos os outros artistas seus contempor�neos como Neil Young, Byrds, Beatles, Rolling Stones, etc, etc, etc. e, por raz�o l�gica, influ�ncia mediata em todo o resto que se fez.
A Hard Rain�s Gonna Fall
O come�o folk - porque era a m�sica anti-establishment do seu dia, um punk de guitarra ac�stica - a inven��o da escrita com Bringing It All Back Home fazendo com que 1965 seja o ano zero de Dylan enquanto Messias do Rock, da passagem da pr�-hist�ria do beat rockabilly fren�tico adolescente como m�sica de foda para o Rock como express�o maior do Eu enquanto forma de arte do S�culo XX.
It�s Alright, Ma, I�m Only Bleeding
Dylan, com a convers�o � guitarra el�ctrica vis�vel no Newport Jazz Festival de 1965, provocou ondas de choque semelhantes a uma bomba em Hiroshima, a uma anexa��o da Pol�nia. "Judas!" quando o momento hist�rico nos entra pelos ouvidos, nos atinge no est�mago e nos muda a forma de ver o mundo. Radio live transmission dan�a, canta, recita, l�, interioriza, idolatra, interpreta e escolhe.... Amar e odiar Dylan � f�cil. Dif�cil � ficar indiferente.
Like A Rolling Stone
A voz, que serve como refer�ncia �nica chegando ao ponto de ser acusado de n�o saber cantar ( "a voice of sand and glue" ), teria mais elasticidade do que a de Caruso, segundo o pr�prio Zimmerman. Indubit�vel seria a emo��o em detrimento da t�cnica, como nos melhores discos, como nos melhores concertos.
As palavras escapam do olhar de Marlon Brando em "� Lodo no Cais", dos livros que Shakespeare e os Simbolistas franceses ( go, Rimbaud, go ) sonharam escrever, dos uivos de Ginsberg e das estradas de Kerouac, de alma de Smokey Robinson e todo os underdogs, do Mundo � volta do Homem e do Homem no Mundo.
O som vem de guitarras que tanto encantam como servem para matar fascistas, de harm�nicas que por vezes soam como a trompeta pela qual Heidmall, guardi�o da ponte Bifrost que liga Asgard � terra dos Homens, ir� soprar aquando da chegada dos dias da morte dos Deuses quando Loki, filho de Odin, libertar Fenrir e o Ragnarok descer ao Universo como o final dos tempos.
Blood on the Tracks
As revolu��es fazem-se na cabe�a, como diria Ian Macdonald como t�tulo da sua excelente e exaustiva an�lise � carreira dos Beatles, can��o a can��o. Antes de Dylan � a adolesc�ncia de "Love Me Do". Com Dylan � o medo de amar o amor que se quer de "You�ve Got to Hide Your Love Away". Depois de Dylan We are The Walrus. Paix�o, Coragem, Mudan�a. � passar do pol�tico N�s para o Universo do Eu. Pregadores em manh�s de nevoeiro com can��es para ti.
Com a idade adulta Bobby D. deixa de ser a voz de uma gera��o para ser a sua pr�pria voz. Essa voz est� em "Mama, You�ve Been In My Mind" ou "She Belongs to Me" para Joan Baez, em "I�ll Keep It With Mine" ou "Just Like a Woman" para Eddie Sedgwick ou em "Sad-eyed Lady of The Lowlands", "Sara", "Isis" ou em todo Blood on the Tracks, para Sara Lowndes. Est� em "Visions of Johanna" para todas as mulheres e em "It�s Alright Baby Blue, para todos n�s... e "Tonight I�ll Be Staying Here With You"
All Along The Watchtower
O Dylan que emerge do incidente / acidente de mota em 1966 � diferente. Compar�vel ao David Bowie ap�s o per�odo entre o Major Tom de "Space Oddity" e o de "Ashes To Ashes". Algo se desvanece como fumo e espelhos.
H� ainda momentos �nicos como Nashville Skyline onde o Man in Black Johnny Cash participa em "The Girl From the North Country" e onde "Lay Lady Lay" d� o sucesso comercial que, por vezes, alguns cr�ticos confundem com relev�ncia musical. H� "The Basement Tapes" e "Music From The Big Pink", como recria��es - com a The Band - do cancioneiro da Am�rica, a profunda, a da grande noite, das dist�ncias, do Oeste, da estrada e dos Wanted Men.... Ou a desola��o e luz de Blood On The Tracks. Ou ainda a Rolling Thunder Revue. Ou Desire. Ou a Never Ending Tour. Ou Love and Theft.
Forever Young
Existe um clich�, uma frase feita, que afirma que parar � morrer. Dylan sobe aos palcos para tocar, n�o para ser visto. Um int�rprete como Dylan n�o sabe fazer outra coisa. Odeia-se os excessos de megalomania, paran�ia e vedetismo, q.b. mas as can��es est�o l�. A voz, mesmo quebrada, est� l�. Os arranjos adaptam-se �s novas condicionantes para que a Tour nunca termine, para que nunca tenha um fim. Para que Bob Dylan esteja sempre l�.
Polly Paulusma:
� bonita in a girlish kind of way. canta como um anjo ( ok, � clich� mas d� a ideia ). tem o profissionalismo dos ne�fitos rom�nticos que gravam discos no anexo no jardim porque n�o t�m nem dinheiro, nem contrato discogr�fico, mas t�m can��es dentro de si. Suas e de Nick Drake, Chet Baker e Dylan.
Concerto de dia, pouco p�blico mas a voz encanta enquanto canta e as can��es aguentam-se como o barco na est�ria que est� por detr�s do t�tulo do �lbum, felizmente, n�o ousou aguentar.
Polly explicou que o t�tulo Scissors in My Pocket - primeiro Lp - partiu de um cunning plan que teve aquando crian�a. Construira um barco e a sua m�e deu-lhe confian�a para acreditar que o barco se iria aguentar na �gua. Ent�o levou uma tesoura no bolso para, quando estivesse a alguma dist�ncia, cortar as amarras e zarpar. O barco afundou-se, o disco e o concerto ainda flutuam... � procura das costas selvagens...
"All my favourite singers couldn�t sing":
David Berman aka a metade compositora dos Silver Jews, escreveu este verso para todos aqueles que como eu sempre acreditaram que a mensagem era melhor que a imagem.
Se n�o estou em erro, tal verso � de "Random Rules". E aleat�rio � qualquer coment�rio que se possa fazer a um concerto de Dylan.
Podemos ir pela rever�ncia ou pela decep��o. A rever�ncia faz-nos tremer com a expectativa de assistir a um Homem que est� � direita de Elvis, tal como um Jesus vindo � terra para salvar os pecados de toda a gente ( mas n�o os meus, hu? ) e criar todo o "novo testamento" separando o Rock�n�roll para erigir a pedra da Igreja do Rock.
A decep��o � ver a paran�ia de algu�m que tiraniza todo e qualquer meio para que mais pessoas e f�s ausentes possam ver o concerto dado em melhores condi��es. Nada de imagens, nada de aproxima��es - toda a gente a 40 metros e His Bobness passa rodeado de todos os m�sicos. Leva a duvidar que poderiamos estar perante um s�sia � la Saddam H.
Mas, sobre o que realmente importa i.� a m�sica, a mesma foi escolhida a dedo. Vers�es mais longas, mais lentas e Dylan nas teclas. Visual cowboy e a voz ainda l�, a par de Highway 61 Revisited como prova do "mercurial sound" de outrora. Ou All Along The Watchtower onde, a cada nova audi��o, as imagens narradas s�o cada vez mais prof�ticas, elevadas pela electricidade que vem de outros palnetas como aquela estrela da constela��o de Hendrix.
Estava tudo bem, estavamos apenas a sangrar quando os arranjos modificavam algumas das vers�es em jeito de band casino jazz. Quando tudo estava perdido e a rede l� embaixo podia falhar, a Bobby Houdini Band sempre podia lan�ar Ballad of a Thin Man como prova que realmente algo se estava a passar ali e, por vezes, era m�gico.
O Dylan que modificou o mundo, para quem n�o o viu em 64 ou em 74 ou no espa�o temporal entre ambos, encontra-se nos discos. Encontra-se nas palavras, nos sons, no seu andar em Don�t Look Back.
Lind�ssimo, prof�tico, imaculado.
Hoje, querer um Dylan assim � como desejar que todos os nossos beijos sejam como o primeiro. � claro que com a idade descobrimos outros momentos �nicos - devemos sempre acreditar que � errado ter sexo aos 12 anos mesmo que seja com embaixadores - e a arte de Dylan � conseguir revisitar a estrada, olhar para tr�s e estar hoje melhor do que em 84.
Something for the weekend in Vilar de Mouros:
Ainda no escrit�rio, em rota��o:
PJ Harvey - Uh Huh Her - Island 2004
Em regresso a melodias mais rudes, como em Dry ou Rid Of Me. PJ Harvey � mesmo uma artista a solo, tal como Prince nos anos 80, escrevendo,tocando e produzindo todo o gutural "Uh Huh Her". Mant�m-se apenas o parceiro no crime, Rob Elis, na bateria.
Blues negr�ssimo, recordando os p�ntanos de Beefheart, Rolling Stones e White Stripes. Algures entre o West country ingl�s e o delta. Para Vilar de Mouros v�m Josh Klinghoffer, um baixista chamado Dingo "sacado" aos Fall e Rob Elis. Segundo PJ, esta � a melhor banda que j� teve ao vivo...
The Cure - The Cure - Geffen Records 2004
Sempre achei os Cure uma banda terrivelmente injusti�ada. Inicialmente foram colocados na sombra de outros her�is p�s-punk como os Joy Division, Bauhaus e Siouxie & The Banshees - Robert Smith chegou ao ponto de ser apontado como o "pr�ximo Ian Curtis".
Discos densos como Seventeen Seconds que, a par da velha est�ria de excessos com �lcool e drogas, ajudaram ao intervalo por alturas de Pornography, estando j� bem firmes as bases de um dos mais duradouros cultos dos anos 80.
Tal paragem fez Smith rodar pelos Banshees - per�odo Nocturne e single Dear Prudence - garantindo mais tarde o sucesso comercial com os extraordin�rios Head on The Door e Kiss Me Kiss Me Kiss Me.
Com o sucesso comercial veio o decl�nio. Cr�ticas no NME aos live Paris e Show afirmavam que os Cure eram os Dire Straits indie, seguindo a l�gica: �lbum de originais - tour - disco ao vivo.
Robert Smith esperou pelos primeiros anos da d�cada de 2000 para colher os louros do famoso per�odo de 20 anos na m�sica pop: o revival.
Os Cure hoje, pela dist�ncia temporal dos seus melhores anos, s�o uma refer�ncia para novas bandas. Tivemos Bloodflowers que seria, segundo Smith, o completar de uma trilogia em que estariam tamb�m Pornography e Disintegration.
Para Vilar de Mouros temos o hom�nimo The Cure, produzido por Ross Robison, o homem por detr�s do dito Nu-metal que, filtrou o g�tico dos 80 com o metal anos 90 p�s nirvana.
Contam os Cure que Ross Robinson os fez acreditar no seu valor - pelos vistos o homem tamb�m � f� - e obrigou-os a ser perfecionistas e a trabalharem mais em cada tema.
No meu entender os Cure nunca fizeram um disco mau. O problema � que j� n�o fazem um disco extraordin�rio h� muito tempo.
Como diria Kyle Broflosky no epis�dio da Meicha Streisand - segunda s�rie SouthPark, onde Robert Smith salva o mundo lutando contra Barbra Streisand: "Disintegration is the best rock album ever!"
"I�m a street walkin�cheetah with an heart full of
napalm,
I�m a runaway boy from from a nuclear age
bomb
I�m the worlds forgotten
boy,
the one who searches to
destroy...
And nobody�s gonna save
my soul..."
Pois.
Que pa�s este.
Temos futebol, bandeiras e circo. Temos pol�tica, um estado de direito e uma rep�blica.
Temos ilus�es e decis�es. Temos opini�es. O trabalho liberta ou disciplina � liberdade. Temos frases de efeito.
Temos raz�o. Temos razoabilidade. Temos Elvis, temos Buda, temos Jesus. Pod�amos ter religi�o, se quisessemos.
Mas hoje quero ter o direito de me revoltar. Estou cansado. Estou a sentir aquela fadiga.
O �dio que temos aos outros � natural e fica bem. O que n�o � natural � continuarmos assim.
"i�m no radio etihopia, i�m radio brooklin"
Foda-se R�dio Portugal Livre.
S� a morte do rockanroll liberta.
S� a morte com o rockanroll liberta.
S� a morte pelo rockanroll liberta.
"Louie, louie... oh no... we gotta go now..."
"- I wanna have babies!
- But You can�t have babies, Stan!!! You don�t have a womb...
- Ok. Let�s fight for the right for Stan, sorry, "rebbeca", to have babies."
bolinhos de bacalhau:
Ao contr�rio do dia do jogo com a Holanda, desta vez n�o h� som nas televis�es do Cidade do Porto enquanto Jorge Sampaio anuncia que n�o vai haver elei��es antecipadas.
Est�o menos pessoas a jantar do que no dia do jogo com a Holanda (pouco menos, mas menos). Nesse dia, podia-se ouvir o comentador aos gritos com os golos de Portugal e as bolas ao lado de Portugal. Hoje, para perceber se vamos ter Santana Lopes como primeiro-ministro ou outra coisa qualquer, daquelas coisas que pesam alguma coisa sobre o presente e o futuro, � necess�rio ir(mos) prestando aten��o aos resumos escritos que a SIC vai lan�ando em rodap� (percebi, finalmente, para que � que aquilo serve).
Ver aquela sequ�ncia de resumos � como ir percebendo que o filme mediano pelo qual pagamos 5 euros vai ter um final rasca e que o suspense todo pr�-filme termina no gen�rico de abertura. Ver aquela sequ�ncia foi infinitamente pior do que ouvir o relato da final do Euro '04 num comboio Intercidades e confirmar que estava pouco menos do que a borrifar-me para o resultado da selec��o Scolari (e j� se percebeu que os 11 que jogaram a final v�o ser os 11 que v�o fazer todos os jogos de qualifica��o do Mundial '06 e que v�o ser qualificados no �ltimo instante, que vamos perder o primeiro jogo do Mundial e que s� a�, com a intelig�ncia prospectiva que o caracteriza, o nosso audaz seleccionador l� vai fazer as trocas que toda a gente, menos ele, j� tinha percebido h� 3 anos, & por a� fora, n�o j�?).
De volta a coisas mais importantes...
Depois de perceber, pelas frases escritas em rodap�, qual a decis�o tomada pelo presidente da Rep�blica, acho que senti pela primeira vez, nos 15 anos de maioridade em que nunca falhei uma elei��o, que o meu voto n�o valia um caralho. N�o o voto em abstracto (bom, esse tamb�m...), n�o o voto nas �ltimas Europeias, nem sequer especialmente o voto nas �ltimas Legislativas (em quem � que votei? em branco? no BE? no PS? n�o me recordo), mesmo que dessa vez tenha votado contra Dur�o Barroso e n�o contra Santana Lopes. Na verdade, o voto meu que senti que n�o valeu um caralho foi mesmo o voto em Jorge Sampaio, h� n�o sei bem quanto tempo.
Espero, ao menos, que os Bloquitos (sim, aqueles que acabam de aprender a usar pontos de exclama��o nos cartazes e nos e-mails) l� continuem a cumprir o seu papel de utilidade na inutilidade e fa�am a vida negra ao novo PM, com a boa vontade medi�tica e os UDPs semi-camuflados e os pacotes de imagina��o.
(Tirando isto, cada vez fico mais convencido que o BE, dos mais l�cidos aos chanfrados que t�m saudades do Prec, s� tem como prop�sito realmente nobre rebentar com o PC e transformar uma (o)posi��o de extrema-esquerda p�ssima numa (o)posi��o de extrema-esquerda apenas m�. Para que, um dia, um outro BE qualquer apare�a para rebentar com o actual BE e criar, sei l�, uma (o)posi��o de esquerda que, ao menos, n�o envergonhe.)
Entretanto, parece que o cad�ver do rock fez 50 anos. Qual ser� a sua prenda? O 3 539 812� desfibrilador?